terça-feira, 2 de dezembro de 2008

207 Passion estréia e enfrenta o Siena HLX

Depois do Voyage, outro sedã pequeno chegou para continuar a agitar o mercado deste segmento. Desde outubro, está à venda o Peugeot 207 Passion, versão três volumes do 207. Escolhemos, então, a versão topo de linha com câmbio manual, a XS 1.6 16V, que custa R$ 46.500, para enfrentar o vice-líder da categoria, o Fiat Siena HLX 1.8, que parte de R$ 47.470. O Peugeot ainda tem a opção do câmbio automático, equipamento inexistente no rival.

Os dois são bem equipados de série, com itens como ar-condicionado (digital no Passion), direção hidráulica, computador de bordo, faróis e limpadores do pára-brisa com acionamento automático, trio elétrico e faróis de neblina. O Peugeot ainda vem com rodas de liga-leve de 15 polegadas, opcionais no Siena.

O Fiat se sobressai entre os opcionais, podendo ser equipado com airbags frontais e laterais, além de freios ABS. A Peugeot não oferece esses itens de segurança em nenhum 207 Passion que não tenha câmbio automático. Uma falha que precisa ser corrigida. Com os equipamentos, porém, o Siena pula para R$ 55.795. Com as seis bolsas de ar, os freios antitravamento e a caixa automática, o Passion custa R$ 50.500.

Siena tem porta-malas maior, mas menos prático

Na hora de colocar as malas no bagageiro, o motorista vai encontrar mais espaço no Fiat Siena. Afinal, são 500 litros de capacidade de carga contra os 420 l do Peugeot. O problema de ambos é que a abertura da tampa é feita por alças que invadem o espaço da bagagem. A solução da montadora francesa foi esconder as dobradiças sob o carpete. Assim, não há a preocupação de amassar alguma coisa na hora de fechar a tampa.

O espaço interno em ambos os modelos é semelhante. O entreeixos do 207 (2,44 m) é apenas 7 mm maior. A diferença na largura é ainda menor: apenas 3 mm de vantagem para o Peugeot sobre os 1,63 m do Siena. O resultado: conforto satisfatório para quatro adultos nos dois sedãs, mas sem muita folga para as pernas de quem vai atrás.

Em relação ao acabamento, ponto para o Passion, que tem mais esmero nas montagens das peças plásticas. Há também detalhes em alumínio, como na alavanca do câmbio. É bonito de se ver e agradável ao toque, desde que o carro não esteja estacionado no sol, caso contrário, é bem complicado de mudar a marcha.


Na versão HLX, o Siena se mostra melhor que na ELX, com instrumentos mais completos, como na geração anterior. As rebarbas e os itens mal encaixados, porém, continuam lá. Como contraponto, a ergonomia do Fiat compensa, com os comandos à mão do motorista. Os comandos dos vidros do 207 ficam entre os bancos, inclusive os botões das janelas traseiras. Ruim para quem vai atrás, principalmente se tiver alguém no meio do banco.

Motores semelhantes, comportamentos distintos

A diferença de 200 cm³ na capacidade cilíndrica entre os dois não fazem diferença na potência. O Siena tem 112 cv a 5.500 rpm com gasolina e 114 cv a 5.500 rpm com álcool. O 207 tem 110 cv a 5.600 rpm (g) e 113 cv a 5.600 rpm (a). A boa marca do motor Peugeot, ante um rival maior, se deve ao cabeçote de 16 válvulas. Por outro lado, o mesmo motivo dá vantagem no torque para o Fiat. São 17,8 kgfm (g) e 18,5 kgfm (a) a 2.800 rpm. No lançamento da Peugeot são 15,5 kgfm (g) e 15,5 kgfm (a) apenas a 4.000 rpm.

Na prática, o Siena tem boa aceleração e responde bem em retomadas, desde que o ponteiro do conta-giros não tenha passado os 3.500 rpm. Acima disso, já é preciso reduzir marcha com mais freqüência. O Passion é mais preguiçoso para sair no semáforo, mas vai bem em estradas e chega a empolgar mais que o Siena.

Empolga porque a posição de dirigir é mais esportiva, assim como o acerto da suspensão independente nas quatro rodas, que dá estabilidade ao carro e não deixa os ocupantes sentirem os solavancos do asfalto. O câmbio é preciso e com curso mais curto graças às mudanças por cabos, contra as varetas do antigo 206.

O acerto do Siena é mais voltado para o conforto, o que tira um pouco da sensação de estabilidade, mas é boa para o uso urbano, já que não é tão mole quanto nas versões 1.0 e 1.4. Os engates do câmbio são menos precisos e toda a vibração do motor é transmitida ao motorista, assim como seu barulho.

A Peugeot não divulga o consumo, mas em nossa avaliação o carro chegou a fazer 8,3 km/l na cidade e 12 km/l na estrada, sempre com álcool no tanque. A Fiat anuncia 8,4 km/l e 11,3 km/l respectivamente com o derivado da cana. Com gasolina, faz 12,2 km/l e 16,3 km/l, números bem otimistas, mas que podem variar conforme as condições de rodagem e o pé direito do motorista.